Fóruns mundiais listam os riscos mais significativos para o planeta, incluindo escassez de água, mudanças climáticas e assuntos relacionados a recursos naturais. Diz o suíço Mathis Wackernagel: "Fico confuso com o fato de fingirmos que os riscos relativos aos recursos naturais, dos quais temos plena consciência, nunca vão nos afetar". Mathis é co-criador da Pegada Ecológica, ferramenta de métrica da sustentabilidade, que pode contribuir para evitar a falência do planeta. A Pegada Ecológica mede a área de terra necessária para sustentar o consumo e o desperdício humano, contrastando o consumo dos recursos com a capacidade de suporte da natureza.
O consumo de cada um deixa uma marca, uma Pegada Ecológica, de degradação ambiental. A ONG Redefining Progress (http://www.myfootprint.org/) criou um teste que avalia a Pegada Ecológica de cada pessoa.
O cálculo dos recursos do Planeta disponíveis para consumo dos seres humanos, de maneira sustentável por um ano, e seu esgotamento antecipado, define o Dia da Sobrecarga da Terra. Em 1987, o dia em que esse "orçamento natural" foi ultrapassado foi a 9 de dezembro. Desde então, a data do Dia da Sobrecarga da Terra, a cada ano recua de maneira sempre mais rápida. Para suprir as necessidades atuais, a humanidade precisa praticamente de 2 planetas. E sem considerar as enormes diferenças de consumo entre os países... A Agenda Latino Americana, registra o dia 23 de setembro de 2008 como “Dia do ultrapassamento”, data em que começamos a gastar 30% a mais do que os recursos disponíveis do Planeta.
O exagerado padrão de consumo e produção resulta nas Mudanças Climáticas, pois libera imensas quantidades de dióxido de carbono, metano e outros gases, intensificando o efeito estufa e retendo mais calor na atmosfera.
De 31 de outubro a 11 e novembro de 2021, está em andamento, em Glasgow na Escócia, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Também conhecida como COP26, é a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
As Mudança Climáticas têm cobrado seu preço em consequências catastróficas. Não é de hoje que o sinal vermelho está pirilampando. Tantas Conferências sem a correspondente implementação das mudanças urgentes que o aquecimento global exige. Se muitos fingem que as ameaças dos riscos relativos ao esgotamento dos recursos naturais nunca vão afetar os humanos, o alerta máximo afeta considerável parcela da juventude mundial que vê seu futuro ameaçado, por um eventual colapso do planeta.
Recentemente a plataforma Avaaz financiou a maior pesquisa já feita sobre a “ansiedade climática” entrevistando 10 mil crianças e jovens em 10 países de todo o mundo. Em todos os países, o resultado mostra que a ansiedade sobre a crise planetária é muito elevada. “Os fenômenos climáticos despertam uma sensação de incerteza que se espalha nas jovens gerações”, diz a psicóloga Fabiana Esteca. Ansiedade preocupante que afeta não apenas jovens e crianças, mas também pessoas de todas as idades.
E o que encontram os desastres climáticos devastadores do planeta e de sonhos? Muita inercia dos responsáveis - todos aqueles que pelo controle da mídia, do dinheiro e da influência política tem os comandos dos rumos do mundo.
Neste cenário, em mensagem à COP26, diz o Papa Francisco: “A COP26 pode e deve contribuir ativamente para a construção consciente de um futuro onde as condutas cotidianas e os investimentos econômico-financeiros possam realmente salvaguardar as condições de uma vida digna da humanidade de hoje e de amanhã num planeta 'saudável'“.
Com sua Encíclica Laudato Si, o Papa Francisco é um precursor, um inspirador. Seu documento é cheio de moral e de força persuasiva e é muito importante para ser ouvido quando muitos interesses de diferentes países estão em jogo. As Mudanças Climáticas afetam a todos, precisam de encaminhamentos conjuntos. Nenhum país consegue superar essa problemática sozinho. Todos juntos podemos criar metas viáveis para um mundo saudável, agradável, bom de se viver, com toda a criação no seu divino lugar, do jeito que Deus quer.
Enfim, alguns conselhos concretos do Papa Francisco para proteger e construir a casa comum, pequenas ações que derramam um bem na sociedade “para além do que se possa constatar, porque provocam no seio desta terra um bem que sempre tende a difundir-se, por vezes invisivelmente”.
Aquecimento: agasalhar-se mais e evitar ligá-lo.
Evitar o uso de material plástico e de papel.
Reduzir o consumo de água.
Separar os resíduos.
Cozinhar apenas o que razoavelmente se poderá comer.
Tratar com cuidado os outros seres vivos.
Utilizar transporte público ou partilhar o veículo entre várias pessoas.
Plantar árvores.
Apagar as luzes desnecessárias.
Dar graças a Deus antes e depois das refeições.
O “efeito borboleta”, pergunta: “Poderia um bater de asas de uma borboleta no Brasil, causar um tornado no Texas"? Claro que não, mas significa que pequenas mudanças iniciais podem levar a grandes consequências. Somos todos/as convocados/as a uma mobilização coletiva em mutirão universal para cuidar efetivamente do Planeta, em pequenos gestos que seja (bater de asas) até ações de impacto construtivas de uma bela Casa Comum.
(Pesquisa na Internet)